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O desempenho dos africanos e afrodescendentes em determinados esportes que requerem força e velocidade despertou o interesse do mundo e das pessoas que estudam o fenômeno esportivo. Mas, apesar disso, durante muito tempo, o negro ficou estigmatizado nessas modalidades, estabelecidas por discursos científicos que o naturalizaram com habilidades corporais a priori. Essa imagem “natural” produzida do atleta negro alude a outro debate, o da diferença, presente também em outros importantes setores da sociedade como emprego, educação, convivência social e atuação política, ambas moldadas pelo preconceito racial amplamente apoiadas no discurso filosófico, pseudocientífico e reforçadas pelo aparato ideológico. Com as mudanças trazidas pelas atitudes e valores do século 21, tais diferenças começam a se dissipar. No entanto, a grande visibilidade que os atletas negros e negras têm em determinados esportes é fruto não de oportunidades democráticas, até porque somente agora elas começam a funcionar de fato, mas de habilidades pessoais construídas numa enorme capacidade de superação das mais penosas dificuldades. A ocidentalização da maneira de ser e ver das pessoas, ou seja, macho, branco, católico, heterossexual se espraiou e se difundiu para grande parte das sociedades mundiais, enquanto uma concepção de alteridade foi atribuída para aqueles que fugissem a esses padrões preestabelecidos e, como conseqüência, remetidos a lugar diminuto no cenário social. Agora, no limiar dos preparativos da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, podemos dar um salto civilizatório importantíssimo para colocar o Brasil entre os 10 mais do esporte mundial, com a inserção produtiva da massa de desempregados nas obras desses eventos, melhorar a prática estruturada da atividade física e aumentar significativamente nossa presença no esporte de alto rendimento no Brasil e no exterior. Isso, é claro, para todos e todas independentemente da cor, credo, orientação sexual, etnia, gênero, tipo de necessidade especial ou time de preferência.
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