Os resultados da trigésima sexta rodada do Brasileirão rebaixaram o Palmeiras para a Série B. Mas o retrospecto da maioria dos clubes campeões brasileiros mostra que a segundona pode ser uma experiência muito útil. O repórter Bruno Laurence explica.
A estrada era a Via Dutra, quilômetro 322, na escuridão do ônibus, no caminho de volta para casa, o Palmeiras recebeu a notícia. A luta acabou. Das 36 rodadas, o time passou 30 na zona de rebaixamento. O empate contra o Flamengo não ajudou e todos já sabiam que a queda era inevitável.
“Você já foi em velório? É o que está acontecendo ali. Todo mundo sentido, todo mundo com a camisa na cabeça, uns chorando. Esse é o sentimento, não pode ser diferente”, diz o técnico do Palmeiras, Gilson Kleina.
O segundo rebaixamento em dez anos para a Série B se concretizou com o empate da Portuguesa com o Grêmio.
O ônibus chegou a São Paulo de madrugada. Poucos torcedores aguardavam para protestar. Ninguém falou. Apenas Barcos, através de uma rede social. O argentino, artilheiro palmeirense no ano, pediu desculpas por não ter mais o que fazer para evitar a segunda divisão.
Marcos, ex-goleiro e um dos maiores ídolos do clube, também usou a internet para pedir que a queda sirva de lição para reerguer o gigante e lembrou que jamais irá deixar de torcer pelo time.
Exemplos não faltam. Quase todos os times que caíram, voltaram melhores já no ano seguinte. O próprio Palmeiras viveu esse sentimento, que hoje é sofrido, e dele tirou forças para, ao lado da torcida, encontrar o caminho de volta.
Foi em 2003, quando terminou campeão da Série B, com o estádio lotado em todos os jogos. Nestes dez anos, Grêmio, Atlético Mineiro, Coritiba, Corinthians, Vasco, fizeram de cada jogo na segunda divisão uma celebração de amor ao clube, e voltaram. Um grande caiu. Para levantar e subir, a fórmula é união de time e torcedores.
Barcos já avisou que acredita. 2013 é o ano do recomeço para que as lágrimas sejam só de felicidade.
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